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sexta-feira, 27 de abril de 2012

EDIÇÕES

Pedro José da Silva, o popularíssimo Pedro Silva dos velhos, nasceu em Teresina, 1892. Morreu em 1974, no Rio de Janeiro. Músico, maestro, organizador, harmonizador e regente da Banda de Música do 25º Batalhão de Caçadores da capital piauiense, deu muita vida à praça Rio Branco que antigamente nas retretas do coretinho central. Muito novo, no começo do século, criou, com Jônatas Batista, o Clube Recreio Teresinense, que levou a cena, no respeitável Teatro 4 de Setembro, as peças NATAL DE JESUS e JOVITA. Esses dois piauienses tornaram-se as duas principais figuras da vida teatral de Teatral de Teresina durante anos. Entre 1917 e 1925, essa tradicional casa de espetáculos viveu grandes e ruidosas temporadas com as revistas de Jônatas por Pedro musicadas, como O BICHO, sátira ao popular jogo criado pelo Barão de Drummond, no Rio; FRUTOS E FRUTAS, O CORONEL GALANTE, entre outros. O ativo maestro ainda fundou o PALACE, na praça Rio Branco, animada casa de diversões de muita posteriormente arrendou o Teatro de 4 de Setembro, quando trouxe a Teresina célebres companhias teatrais. Passando a residir no Rio, trabalhou em estações de rádio, época em que difundiu demais o folclore piauiense. Dedicou grande parte da velhice a descrever os tipos, as cenas, os costumes, a religiosidade, as festas de São João, o ciclo do natal, as danças típicas e os gêneros musicais do Piauí - e confiou o trabalho à Academia Piauiense de Letras e esta o entregou a Secretaria de Cultura. Em 1987, localizou-se a obra de Pedro Silva. Confiei-a à Fundação Cultura Monsenhor Chaves, na pessoa de sua ilustre presidenta, o livro foi editado com o titulo de O PIAUI NO FOLCLORE, trabalho assaz oportuno e necessário.

O conto foi pouco cultivado na literatura piauiense do passado. Parece que o primeiro em salientar-se nesse gênero se chamou Francisco Gil Castelo Branco. Seguiram-se outros contistas como João da Cruz Monteiro, João Alfredo de Freitas, João Licinio de Miranda Barbosa, Arquelau Mendes, Julio Emílio de Paiva Rosa, surgiram depois Amélia Bevilaqua e Clodoaldo Freitas. Perto do nosso tempo se encontra Esmaragdo de Freitas, Álvaro Ferreira, Fontes Ibiapina, para que se registrem somente os mortos, no meio dos quais cumpre colocar João Pinheiro, que se serviu de acontecimentos reais e retratou caracteres físicos sertanejos. Agora surgiu Alvina Gameiro, com CONTOS DO SERTÃO DO PIAUÍ, narrativas de episódios e acontecimentos. Talentosa e de superior engenho, a escritora localiza os seus panoramas no chão desta terra piauiense.

Raul Furtado Bacellar publicou PALAVRAS A AMIGOS, que reúne escritos e concepções de quarenta ou mais anos passados, num retrato social e histórico de Parnaíba no Piauí. Estilo seguro, firme, visão ampla de pessoas e acontecimentos, fiel à memória dos fatos e das personagens que os viveram. O capitulo VIAGEM A MANGABEIRA possui aspectos descritivos e narrativos de mestre. Uma excursão deliciosa e contada com superior inteligência.


A. Tito Filho, 10/07/1991, Jornal O Dia – p. 4 

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