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sábado, 28 de abril de 2012

POETA SINCERO

Em Francisco Hardi Filho, meu colega de superior inteligência na academia Piauiense de Letras e que, velhos amigos, trabalhamos juntos no Ministério da Agricultura, cada qual mais entendido em burocracia agrícola e pecuária, ele companheiro competente e de caráter nobre - Hardi escreve poemas originais que correspondem ao sentimento do mundo, sim, ao sentimento das fisionomias humanas e sofredoras e dos aspectos filosóficos nas atitudes do homem angustiado. Oferece lições de amor ou a amarga presença da violência e da desalegria. Tem versos soprados por Deus. No seu livro o SUICÍDIO DO TEMPO, agora entregue ao público, de ritmos e sentimentos, revela-se um dos melhores intérpretes da vida.

Dele, da sua amizade, simples, recebo com data de 10 deste maio sem flores nos jardins desertos de Teresina, a carta em seguida transcrita:

"Presidente Tito Filho".
Solicito a gentileza do mestre e amigo, na publicação, em espaço jornalístico de sua responsabilidade, deste meu agradecimento público pelo apoio da nossa Academia no lançamento, dia 04 de maio último, do meu livro SUCÍDIO DO TEMPO. Por esse intermédio quero agradecer aos inúmeros amigos, familiares, autoridades, colegas de Academia, companheiros de literatura, e demais pessoas gradas que compareceram, honrando-me com as suas presenças, inclusive o advogado e escritor Ozildo Batista de Barros, brilhante apresentador da obra.

Aproveito também para o agradecimento à imprensa em geral, órgãos de comunicação de Teresina que nunca me faltaram com o espaço e a divulgação necessários nessas oportunidades.

No ensejo, se permitido, quero, ainda, mandar um recado aos meus possíveis leitores de Teresina: precisamos evoluir, preservar tradições humanas, sociais, históricas, mas largar de vez atitudes provincianas que só refletem atraso.

É certo que o artista deve fazer sua arte chegar ao povo, mas no plano da produção, do trabalho sério e de qualidade. Isto muitos estão fazendo. Entretanto, o escritor principalmente, como vem ocorrendo até agora, não pode nem deve continuar saindo com os seus livros na sacola, a implorar aqui e ali a compreensão de um, a benemerência de outro. É triste mas é verdade, poucos são ainda os que se apercebem da enorme diferença que existe entre o ofício do escritor e o do vendedor ambulante de livros, embora na prática os trabalhos se igualem em necessidade e importância.

Não esperemos que o livro piauiense chegue até nós; vamos ao encontro dele. Vamos inverter a situação crônica que se depõe contra os nossos foros de civilização. Desta ação, da leitura, da crítica competente e honesta, muito se beneficiará a produção literária do Piauí.

Quanto ao meu trabalho, houve bastante divulgação. Muitas pessoas na rua perguntam pelo livro. Eis mais um objetivo deste comentário. aos interessados em adquirir (e ler) SUICÍDIO DO TEMPO, informamos que o livro pode ser encontrado na Livraria corisco I e II, na Academia Piauiense de Letras e na União Brasileira de Escritores, secção do Piauí, Palácio da Cultura.


A. Tito Filho, 11/05/1991, Jornal O Dia, p. 4

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