Quer ler este este em PDF?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

DOENÇA E MORTE NO PODER

Doença e morte no poder

O primeiro governador se chamou João Pereira Caldas. Pertencia ao exército de Portugal e se encontra no Pará quando o rei o mandou governar o Piauí. Como o rei era José, depressa a Capitania teve o batismo de São José do Piauí, nos conformes de uma puxada de mestre.

Os caminhos para o Piauí tinham lonjuras sem conta. Longíssimos e ruins. Faziam-se os percursos imensos em dias e meses de viagem, em lombo de cavalo.

Em 15 de setembro de 1789, faleceu o governador nomeado Francisco d'Eça de Castro, de sezões, no lugar chamado Passagem de Santo Antônio, margem do rio Parnaíba, lado piauiense.

Em 1812, antes de haver tomado posse, faleceu o governador nomeado Amaro Joaquim Raposo de Albuquerque, na Fazenda Tapera, de viagem para Oeiras. As crônicas não rezam a natureza da doença do infeliz cidadão.

Elias José Ribeiro de Carvalho governou o Piauí mais de dois anos (1819-1821). Depois teve eleição como presidente de uma junta de Governo, mas recusou o mandato por virtudes de saúde precária.

Em razão de grave enfermidade, deixou o governo o governador João José Guimarães e Silva. Faleceu em Oeiras em 1831. Era mineiro de nascimento.

Antônio Francisco Pereira de Carvalho, pernambucano de nascimento, esteve governando de 5-12-1853 a 9-8-1855. Faleceu no governo.

Acometido de grave enfermidade, o presidente José Amaro Machado, que governou de 27-2-1872 a 16-3-1872, faleceu no governo.

Em dezembro de 1907, já doente de tuberculose, faleceu o governador Álvaro de Assis Osório Mendes, substituído no mesmo dia pelo vice Areolino Antônio de Abreu.

Areolino devia governar até julho de 1908, mas adoeceu e entrou em gozo de licença por seis meses. Passou o governo ao presidente do tribunal de justiça, desembargador José Lourenço de Morais e silva, em virtude de haver terminado o mandato do presidente da Assembléia Legislativa.

O governador Areolino governou até 31-3-1908. Tornou-se governador definitivo o digno desembargador José Lourenço, que não teve direito a pensão, pois a época não era de imoralidades. Não havia pensão para que o sujeito vivesse à custa do contribuinte, à tripa forra.

Outro que abotoou o paletó antes do término do mandato foi Anísio Auto de Abreu. Faleceu a 6-12-1909.

Petrônio Portela Nunes como candidato ao governo andou ruim de saúde durante a campanha eleitoral, em 1962. Recuperou-se e ganhou as eleições com consagradora maioria.

Não estou bem seguro. Parece que na última campanha, em 1990, para o governo, Wall Ferraz esteve em são Paulo buscando uma segunda safenação.

Chegaria a vez de Antônio de Almendra Freitas Neto. Empossado a 15 de março de 1991, exerceu vários atos de governo aparentemente sadio e disposto, até que se viu obrigado a procurar recursos médicos, do que resultou bem sucedida cirurgia, chefiada por esse homem sério de poucas palavras, cara fechada, que tive orgulho de ter como aluno - José Pergentino Lobão de Castro Lima.

Tudo deu certo. O governante tem muito que fazer. Que a imprensa lhe permita o trabalho necessário.

 
A. Tito Filho, 29/04/1991, Jornal O Dia, p. 4

Nenhum comentário:

Postar um comentário