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domingo, 20 de maio de 2012

PLANO DE LIVROS

Desde 1972 vem a Academia Piauiense de Letras, com dificuldades sem conta, divulgando o livro piauiense. Obras de história, geografia, estudos sociais, romances, contos, novelas, teatro, folclore, não há, no Brasil, instituição que se tenha dedicado mais, com pequenos recursos, mas empregando-os honestamente, do que a referida instituição cultural piauiense. Encontra pessoas de nobre caráter que a ajudam e incentivam. Por preços reduzidíssimos faz entrega das edições aos que as adquirem, prestativos, no exercício de valiosa contribuição.

Dezenas de obras a Casa de Lucídio Freitas entregou ao público, desde que iniciou, quase vinte anos atrás, um efetivo plano editorial, a fim de que estudantes e professores, homens de letras, estudiosos, amantes da leitura séria e útil tivessem a seu dispor as melhores fontes de conhecimento da terra e da gente do Piauí.

São selecionados os livros editados. O ano passado, para citar a mais recente relação de livros, foram publicados e distribuídos pela Academia: MEDICINA E PODER POLÍTICO EM FLORIANO, do médico Bento Bezerra, uma análise da atuação de médicos na administração do importante município piauiense, COISAS E LOISAS, crônicas e memórias de terras sertanejas, de Sátiro Nogueira; UMA FIGURA SINGULAR DE MISSIONÁRIO DO NORDESTE BRASILEIRO, de Frei Memória, biografia de Frei Heliodoro, humilde missionário da caridade cristã em Teresina; UM DRAMA DE CONSCIÊNCIA, novela de suspense do médico Salomão Chaib; MANIFESTAÇÕES MUSICAIS NO PIAUÍ, de Cláudio Bastos, um dos raros trabalhos sobre a arte musical entre nós; CRÔNICAS, de Tito Filho, em declarações de amor a Teresina; ELOGIO DA SOMBRA, de José Maria Soares Ribeiro, crítica de escritores piauienses mortos; MEMÓRIAS DEPOIMENTOS, de Rocha Furtado, documentário político de fase conturbada da história do Piauí; ARTE E TORMENTO, conjunto lírico encantador do poeta Nogueira Tapety, em prosa e poesia; O OITÃO, de Cléia Napoleão, recordações da romântica Teresina de outros tempos; MALHADINHA, de José Expedito Rego, um dos melhores romances de conteúdo social, com cenário da vida rural de Oeiras; A TALHA DE RETÁBULOS, de Dagoberto Júnior, arte e história religiosa.

A Academia adotou dois planos de distribuição de obras: mensalmente, um livro, por preço mínimo de 500 cruzeiros. Ou seis livros, um por mês, de janeiro a junho, pelo preço total de dois mil e quinhentos cruzeiros. O processo como se vê, beneficia os adquirentes, uma vez que o preço se mostra vantajoso, numa época em que o livro cada vez mais tem os custos elevados e de difícil aquisição por parte dos que têm rendas apenas razoáveis; e os desejosos de boa leitura ficam com a obra previamente garantida, sem os riscos do esgotamento das edições.

Neste mês de março, a Academia inicia a distribuição de TIRA-DÚVIDAS. São três pequenos volumes escritos pelo acatado professor Cineas Santos, em que se resolvem as dúvidas freqüentes de grafia e de emprego de palavras. Constituem lições simples, acessíveis a estudantes, a professores, jornalistas, profissionais em geral, a funcionários públicos, secretários, entrevistadores e entrevistados, noivos distantes, poetas, escritores, locutores de rádio e TV, secretários de empresas e de governadores, epistológrafos. Todos necessitam das LIÇÕEZINHAS grandes de Cineas Santos. Sim, é assim mesmo. O plural de LIÇÃOZINHA é como escrevi, LIÇÕEZINHAS. Aprendi no Cineas.

Estas linhas não constituem publicidade comercial, pois a Academia Piauiense de Letras não pretende lucros, mas apenas proporcionar bons livros aos que querem desanuviar a cachola. O objetivo aqui reside em orientar os leitores, com a devida vênia de Octávio Miranda, sempre estimulador do desenvolvimento cultural do Piauí, e dos coleguinhas inteligentes e prestativos que completam este jornal.


A. Tito Filho, 28-29-30/03/1991, Jornal O Dia - p. 4

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